O que é Lúpulo: características, usos e função na cerveja

julho 3, 2024 0 Por VoGadmin
Foto de ângulo de cima de uma pessoa segurando cones de lúpulo

Mesmo o iniciante no mundo das cervejas deve se perguntar o que é lúpulo, já que até aquela pilsen do boteco da esquina tem esse ingrediente. E pode ter certeza de que você vai acabar se perguntando porque o lúpulo é um assunto cada vez mais utilizado em propagandas de cerveja.

Esse pequeno, mas poderoso ingrediente é um dos pilares fundamentais na produção de cerveja já que confere sabores e aromas que encantam nossos sentidos, mas também protegem a cerveja!

Mas o que exatamente é o lúpulo e qual o seu papel na composição e sabor das cervejas?

Vamos explorar as características, os usos e a função essencial desse ingrediente mágico nas nossas amadas cervejas. 

Prepare-se para mergulhar no universo do lúpulo e aprimorar ainda mais seu conhecimento cervejeiro!

O que é Lúpulo

O lúpulo é uma planta perene e trepadeira pertencente à família Cannabaceae, cientificamente denominada  Humulus lupulus. 

Suas flores, conhecidas como cones, são altamente valorizadas na produção de cerveja devido às suas resinas, alfa-ácidos e óleos essenciais, que conferem amargor, aroma e sabor à bebida. 

Originário da Europa, o lúpulo se adaptou bem a várias regiões do mundo, sendo cultivado principalmente em países como Alemanha, Estados Unidos e República Tcheca – hoje em dia até o Brasil produz lúpulo de qualidade!

Não é à toa que esses são os países mais conhecidos por produzir e beber cerveja! Então é claro que as principais variedades de lúpulo utilizadas no mundo são cultivadas nessas regiões.

Cada uma dessas variedades pode trazer um perfil sensorial único à cerveja, proporcionando uma infinidade de possibilidades para os mestres cervejeiros e os amantes dessa bebida.

 História do Lúpulo na Cerveja

A história do lúpulo na cerveja remonta a muitos séculos atrás, embora seu uso difundido tenha se consolidado apenas na Idade Média. 

Antes disso, diversas ervas e especiarias eram utilizadas para aromatizar e conservar a cerveja e outras bebidas. Foi por volta do século IX que o lúpulo começou a ser cultivado e incorporado nas receitas de cerveja, inicialmente em mosteiros europeus, onde monges aperfeiçoavam a arte da cervejaria como opção aos jejuns típicos de seus rituais. 

A partir do século XII, o uso do lúpulo se espalhou pela Alemanha, com a cidade de Bremen (isso mesmo, a do time Werder Bremen) se tornando um centro importante de produção. A lei da pureza, que viria em 1516, foi uma oportunidade aproveitada pela realeza de controlar a venda de lúpulo, malte e cerveja no geral, que crescia muito em importância e volume no reinado.

Enquanto isso acontecia na Alemanha, a adoção do lúpulo também se expandiu pela Inglaterra e por outros países europeus devido às suas propriedades conservantes e ao amargor agradável que oferecia à cerveja. Lembra da história das IPAs? Pois bem? europeus entenderam que o lúpulo preservava a cerveja durante as viagens de navio, então colocaram um monte na receita!

Esse ingrediente transformou a cerveja, aprimorando seu sabor e estendendo sua durabilidade, o que permitiu a exportação e comercialização em larga escala. 

Hoje, o lúpulo é um elemento essencial na produção cervejeira mundial, com uma rica história que continua a evoluir e a influenciar o universo das cervejas artesanais e comerciais.

Tipos de lúpulo e seus países

Os tipos de lúpulo são tão variados quanto os estilos de cerveja, e cada variedade traz características únicas que refletem o terroir de sua região de cultivo. Dá uma olhada:

  • Na Alemanha, por exemplo, encontramos variedades clássicas como Hallertau, Tettnang e Spalt, conhecidas por seus aromas delicados e florais, ideais para lagers e pilsners. 
  • Nos Estados Unidos, o foco é em lúpulos de aroma intenso e perfil cítrico, como Cascade, Centennial e Amarillo, amplamente utilizados em IPAs e outras cervejas artesanais.
  • A Inglaterra oferece lúpulos como Fuggle e East Kent Goldings, que conferem notas terrosas e herbais, perfeitos para ales tradicionais. 
  • Já a Nova Zelândia e a Austrália também ganharam destaque com variedades como Nelson Sauvin e Galaxy, que apresentam notas frutadas e tropicais, ampliando ainda mais o leque de sabores disponíveis para os mestres cervejeiros. 
  • O Brasil tem sua própria produção de lúpulo, cuja característica é extremamente fresca, com excelentes níveis de alfa ácidos, também puxando para as frutas cítricas.

Cada país e cada variedade de lúpulo contribuem de maneira única para a diversidade e complexidade do mundo cervejeiro, permitindo a criação de receitas inovadoras e a redescoberta de sabores clássicos.

Diferença entre lúpulo de aroma e lúpulo de amargor

A distinção entre lúpulo de aroma e lúpulo de amargor é fundamental para a produção de cerveja, pois cada um desempenha um papel específico no perfil final da bebida. 

O lúpulo de amargor, geralmente adicionado no início da fervura, contém altos níveis de alfa-ácidos que, ao serem isomerizados pelo calor, conferem o amargor característico da cerveja. 

Exemplos comuns incluem as variedades Magnum, Chinook e Nugget. Por outro lado, o lúpulo de aroma é adicionado no final da fervura ou durante a fermentação, preservando seus óleos essenciais voláteis que proporcionam aromas intensos e sabores variados, como cítrico, floral ou frutado. 

Variedades como Saaz, Cascade e Citra são populares para esse propósito. Enquanto o lúpulo de amargor cria a base equilibrada da cerveja, o lúpulo de aroma enriquece a experiência sensorial, tornando a degustação mais complexa e prazerosa.

Diferença entre lúpulo em flor e outros formatos

O lúpulo pode ser encontrado em diversos formatos, cada um com suas particularidades e usos específicos na produção de cerveja. 

O lúpulo em flor, também conhecido como lúpulo inteiro, é o formato mais tradicional, consistindo nas flores secas da planta, que são utilizadas diretamente no processo de fabricação.

 Esse formato é valorizado por muitos cervejeiros artesanais por sua pureza e por proporcionar um perfil de sabor mais natural e fresco. 

No entanto, pode ser volumoso e menos eficiente em termos de extração de amargor e aroma. Outros formatos incluem o lúpulo em pellets, que são flores de lúpulo moídas e comprimidas em pequenos grânulos. 

Cada formato tem suas vantagens e desvantagens, e a escolha entre eles depende das preferências do cervejeiro e das características desejadas na receita.

Saboreie suas Cervejas com uma Nova Perspectiva

Agora que você conhece melhor o lúpulo e sua importância na produção de cerveja, está preparado para apreciar cada gole com uma nova perspectiva. 

Entender as características, os tipos e os formatos de lúpulo pode transformar sua experiência de degustação, permitindo que você identifique nuances e complexidades que antes passavam despercebidas. 

Aproveite nosso blog para aprender mais sobre as cervejas e viver cada gole com muito mais sabor.